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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

PMDB prepara pré-convenção para decidir rumo no Paraná

Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo; Roberto Custódio/ Jornal de Londrina; Antonio More/ Gazeta do Povo

Dividido entre uma ala que defende candidatura própria ao Palácio Iguaçu e outra que quer apoiar o governador Beto Richa (PSDB), o PMDB do Paraná caminha para a rea­lização de uma pré-convenção para orientar o posicionamento do partido nas eleições de 2014. Representantes de diferentes grupos da legenda concordam em antecipar o debate para março ou abril. De acordo com a legislação eleitoral, as convenções deste ano precisam ser realizadas entre 10 e 30 de junho.
O presidente estadual da legenda, deputado federal Osmar Serraglio, confirmou na semana passada que vai levar a proposta de pré-convenção à Executiva peemedebista em fevereiro. “Nós não temos outra alternativa a não ser fazer isso. Não podemos chegar em junho com tantas indefinições. Ninguém vai para a guerra sem saber o que quer defender e quem está do seu lado”, disse.Sobrinho do senador Roberto Requião, nome mais forte em caso de uma candidatura própria, o deputado federal João Arruda declarou que apoia a ideia. “Sempre defendemos que o partido precisa definir o quanto antes o seu norte”, avaliou Arruda. Nos cálculos dele, há um racha: dos cerca de 600 votos em disputa durante a convenção, metade é favorável à aliança com Richa e metade apoiaria a candidatura de Requião.
Vice-governador entre 2003 e abril de 2010, quando assumiu o Palácio Iguaçu no lugar de Requião, Orlando Pessuti mantém a pré-candidatura. “Estou trabalhando o meu nome, não só porque quero, mas porque sou procurado por vários companheiros que me pedem para seguir adiante”, disse. Para ele, a melhor data para a realização de uma pré­convenção é a última semana de março, e em uma decisão que englobaria votos de delegados convencionais, vereadores, prefeitos e parlamentares do partido.
Consulta
Na prática, porém, a pré­convenção funcionaria apenas como uma consulta prévia – sem força legal para se sobrepor à convenção formal de junho. Ou seja, há possibilidade de o posicionamento ser modificado em uma nova votação. Até agora, Requião tem repetido que não está disposto a uma disputa eleitoral interna e que só aceita ser candidato se for aclamado pelo partido.
“Nossa chapa para a Exe­­­­cutiva ganhou a eleição em 2012 exatamente porque pregamos democracia, que ouviríamos os delegados. Não passa pela nossa cabeça imposição ou aclamação de qualquer tipo”, disse Serraglio, que tem se posicionado ao lado do grupo majoritário de deputados estaduais que defende a aliança com o PSDB.
Serraglio, Pessuti e Ar­­ruda veem como cada vez mais improvável a reprodução no Paraná da aliança nacional entre PT e PMDB. No fim de 2013, a cúpula estadual do partido participou de reuniões em Brasília com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pré-candidata petista, mas a negociação não avançou.
Retrospecto no estado favorece a legenda
O PMDB paranaense começa as negociações sobre as eleições deste ano com o melhor retrospecto entre todos os partidos nas disputas ao governo do estado pós-redemocratização, a partir de 1982. No período, foram realizadas oito eleições. Os peemedebistas lançaram candidatos próprios em seis e só perderam uma vez, em 1998, quando Jaime Lerner (então no PFL) venceu Roberto Requião no primeiro turno. Em 1982, o governador eleito pela legenda foi José Richa, pai de Beto Richa (PSDB). Em 1986, foi a vez de Alvaro Dias (hoje no PSDB). Em 1990, 2002 e 2006 as vitórias aconteceram com Requião. Nas duas vezes em que Requião encerrou mandatos, em 1994 e 2010, o partido não conseguiu lançar candidato próprio.
Fonte: Gazeta do Povo

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