Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo; Roberto Custódio/ Jornal de Londrina; Antonio More/ Gazeta do Povo |
Dividido
entre uma ala que defende candidatura própria ao Palácio Iguaçu e outra que
quer apoiar o governador Beto Richa (PSDB), o PMDB do Paraná caminha para a
realização de uma pré-convenção para orientar o posicionamento do partido nas
eleições de 2014. Representantes de diferentes grupos da legenda concordam em
antecipar o debate para março ou abril. De acordo com a legislação eleitoral,
as convenções deste ano precisam ser realizadas entre 10 e 30 de junho.
O
presidente estadual da legenda, deputado federal Osmar Serraglio, confirmou na
semana passada que vai levar a proposta de pré-convenção à Executiva
peemedebista em fevereiro. “Nós não temos outra alternativa a não ser fazer
isso. Não podemos chegar em junho com tantas indefinições. Ninguém vai para a
guerra sem saber o que quer defender e quem está do seu lado”, disse.Sobrinho
do senador Roberto Requião, nome mais forte em caso de uma candidatura própria,
o deputado federal João Arruda declarou que apoia a ideia. “Sempre defendemos
que o partido precisa definir o quanto antes o seu norte”, avaliou Arruda. Nos
cálculos dele, há um racha: dos cerca de 600 votos em disputa durante a
convenção, metade é favorável à aliança com Richa e metade apoiaria a candidatura
de Requião.
Vice-governador
entre 2003 e abril de 2010, quando assumiu o Palácio Iguaçu no lugar de
Requião, Orlando Pessuti mantém a pré-candidatura. “Estou trabalhando o meu
nome, não só porque quero, mas porque sou procurado por vários companheiros que
me pedem para seguir adiante”, disse. Para ele, a melhor data para a realização
de uma préconvenção é a última semana de março, e em uma decisão que
englobaria votos de delegados convencionais, vereadores, prefeitos e
parlamentares do partido.
Consulta
Na
prática, porém, a préconvenção funcionaria apenas como uma consulta prévia –
sem força legal para se sobrepor à convenção formal de junho. Ou seja, há
possibilidade de o posicionamento ser modificado em uma nova votação. Até
agora, Requião tem repetido que não está disposto a uma disputa eleitoral
interna e que só aceita ser candidato se for aclamado pelo partido.
“Nossa
chapa para a Executiva ganhou a eleição em 2012 exatamente porque pregamos
democracia, que ouviríamos os delegados. Não passa pela nossa cabeça imposição
ou aclamação de qualquer tipo”, disse Serraglio, que tem se posicionado ao lado
do grupo majoritário de deputados estaduais que defende a aliança com o PSDB.
Serraglio,
Pessuti e Arruda veem como cada vez mais improvável a reprodução no Paraná da
aliança nacional entre PT e PMDB. No fim de 2013, a cúpula estadual do partido
participou de reuniões em Brasília com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e
com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pré-candidata petista, mas a
negociação não avançou.
Retrospecto no estado
favorece a legenda
O
PMDB paranaense começa as negociações sobre as eleições deste ano com o melhor
retrospecto entre todos os partidos nas disputas ao governo do estado
pós-redemocratização, a partir de 1982. No período, foram realizadas oito
eleições. Os peemedebistas lançaram candidatos próprios em seis e só perderam
uma vez, em 1998, quando Jaime Lerner (então no PFL) venceu Roberto Requião no
primeiro turno. Em 1982, o governador eleito pela legenda foi José Richa, pai
de Beto Richa (PSDB). Em 1986, foi a vez de Alvaro Dias (hoje no PSDB). Em
1990, 2002 e 2006 as vitórias aconteceram com Requião. Nas duas vezes em que
Requião encerrou mandatos, em 1994 e 2010, o partido não conseguiu lançar
candidato próprio.
Fonte:
Gazeta do Povo
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