Vista aérea da Arena da Baixada, ainda sem gramado e com muito por fazer: estádio está contra a parede |
O
plano emergencial para manter Curitiba como sede da Copa 2014 foi idealizado
pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e o ministro do Esporte, Aldo
Rebelo. Processo iniciado na quarta-feira passada, quando o consultor de
estádios da entidade, Charles Botta, visitou a Arena e constatou o ritmo lento
das obras, especialmente prejudicado naquele dia por causa de um temporal.
Ele
recomendou um incremento de 50% no número de operários, hipótese
inicialmente rechaçada pelo Atlético. Após deixar Curitiba, Botta entrou em
contato com Valcke. Relatou a situação da obra e o risco iminente de o estádio
não ficar pronto para o Mundial. Valcke procurou Rebelo e cobrou providências.
Com base no relatório do consultor, definiram os três pontos que deveriam ser
implementados para acelerar a conclusão do estádio e manter a cidade no
torneio. “O relatório foi tão forte que tivemos de fazer reuniões e tomar
decisões de emergência”, admitiu Valcke, ontem, em entrevista coletiva.Com
Rebelo em Brasília para receber o novo presidente do Comitê Olímpico
Internacional (COI) na companhia da presidente Dilma Rousseff, coube ao
secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, dar andamento ao
plano. Na segunda-feira, ele teve uma reunião com o prefeito de Curitiba,
Gustavo Fruet, e outra com o governador do estado, Beto Richa, para ajustar as
principais diretrizes.
Ontem
pela manhã, sentaram-se à mesa Fernandes, Fruet, Richa, o coordenador-geral de
Copa no Paraná, Mario Celso Cunha, o secretário municipal de Copa,
Reginaldo Cordeiro, o secretário estadual do Planejamento, Cassio Taniguchi,
e o chefe de gabinete do governador, Deonilson Roldo.
No
encontro, ficou definido um discurso único a ser apresentado para Valcke. O
grupo também já tinha a informação de que o presidente do Atlético, Mario Celso
Petraglia, concordaria com os três pontos do plano.
Foi
exatamente o que aconteceu. Petraglia recebeu a comitiva de Valcke, Fruet e
Richa na Arena por volta das 12 horas. O secretário-geral da Fifa deu uma
rápida olhada no canteiro e seguiu para a reunião com os representantes do
estado, da prefeitura, do governo federal e do Atlético. Cobrou duramente o
clube pela lentidão e criticou o modelo de gestão da obra, independente de
grandes construtoras, com a atuação de pequenas e médias empresas.
“Mantido
o ritmo atual das obras, o estádio não ficará pronto com a qualidade e os requisitos
necessários para a Copa de 2014. É uma constatação de todos os envolvidos”,
afirmou Fernandes. “O Petraglia concordou com todos os itens colocados. Sabemos
todos o que representa, seria uma catástrofe a retirada da sede de Curitiba”,
reforçou Cunha.
A
eficiência do pacote anunciado ontem não será medida pessoalmente por Valcke. O
dirigente da Fifa pretende voltar a Curitiba somente para a inauguração do
estádio, caso fique pronto a tempo. Ao menos no discurso, ele mostrou otimismo
de que o plano concebido em conjunto com Rebelo será bem-sucedido.
“Acredito
que as medidas vão nos permitir conservar Curitiba como cidade-sede. Será um
parto difícil, mas teremos um belo bebê”, disse, arrancando as únicas risadas
da tensa visita.
Fonte:
Gazeta do Povo
0 comentários:
Postar um comentário