O
senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da regulamentação da emenda
constitucional que amplia os direitos dos domésticos, informou que vai propor
dois tipos de multa a serem pagos pelo empregador em caso de demissão, de 5% ou
10% sobre o saldo acumulado do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Pela
proposta do parlamentar, que ainda será analisada e votada pela comissão que
estuda o tema no Congresso, a multa será de 10% nos casos em que o patrão
decidir romper o contrato com o empregado. Quando a decisão pelo fim do
contrato for de comum acordo, a multa seria de 5%.
Atualmente,
quando um trabalhador é demitido sem justa causa, a empresa paga a ele uma
multa correspondente a 40% do FGTS acumulado. Segundo Jucá, o objetivo de
índices diferenciados é evitar uma sobrecarga de custo para a patroa e também
evitar "manchar" a carteira da empregada.
"Quero
evitar que se coloque na carteira da empregada demissão por justa causa, pois
isso vai acompanhar a empregada para o resto da vida. A regra é de 10% para
demissão sem justa causa. Nos casos em que houver acordo, com decisão
recíproca, o valor é de 5%”, disse Jucá.
Para
o senador, é necessário garantir um valor abaixo do que é pago por empresas,
mais próximo da realidade das famílias. “Se a gente construir a possibilidade
de algo palatável, o embate será menor, fortalece o trabalho doméstico, e se
coloca essa situação em equilíbrio, com condição para o orçamento familiar
pagar”, explicou, em entrevista à imprensa.
Segundo
ele, a proposta ainda está em discussão junto ao governo. A comissão que
trabalha na regulamentação deve votar as propostas de regulamentação no próximo
dia 25. Depois, o texto ainda passa por análise nos plenários da Câmara e do
Senado, antes da sanção presidencial.
A
regulamentação ainda é necessária para efetivar sete dos 16 benefícios
adquiridos pelas domésticas, após a promulgação, em março, da emenda
constitucional que ampliou os direitos da categoria. São eles: indenização em
demissões sem justa causa; concessão de seguro-desemprego e salário-família
pelo governo; conta no FGTS; adicional noturno; auxílio-creche e o seguro
contra acidentes de trabalho.
O
parlamentar detalhou que haverá um projeto de lei complementar específico para
tratar do FGTS dos domésticos. Outro
projeto de lei tratará de todas as demais questões trabalhistas não
regulamentadas.
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