Em
tempos em que o consumismo norteia o modo de vida de grande parte da população,
uma realidade ainda se mantém camuflada atrás de montanhas de lixo. São
inúmeras famílias que vivem à margem da pobreza e encontram no garimpo dos
ecopontos a única forma de sobrevivência.
Na
zona Leste de Londrina, este cenário é real na área de invasão conhecida como
"Morro do Carrapato", um local onde vivem homens, mulheres, crianças
e adolescentes, muitas vezes sustentados por pouco mais de R$ 100 por mês.
O
contraste dessa realidade pode ser atribuído à ferrovia, que separa o Morro do
Jardim Laranjeiras. É como se a linha de trem fosse o limite, onde se exclui
essa população dos demais que têm os mínimos direitos de cidadania garantidos.
Para
eles, sobreviver do lixo é a oportunidade de manter o mínimo de dignidade.
Garimpar o ecoponto dia e noite, durante horas, é uma rotina onde não há espaço
para sonhar acordado. O desejo de cada um é momentâneo, onde o que importa é o
dia que se tem pela frente.
A
qualquer hora do dia é possível encontrar vários "garimpeiros"
espalhados entre as montanhas que se formam no ecoponto instalado entre os
jardins Monte Cristo, Santa Fé e Morro do Carrapato. Mas é nas primeiras horas
da manhã que a maioria deles se mistura entre restos de galhos, brinquedos,
móveis, recicláveis e roupas. A convivência diária os aproxima e cria um
círculo de amizade, onde se diz poucas palavras, mas trocam-se muitos
"achados".
Fonte: Folha Web
0 comentários:
Postar um comentário